Back

três meses quase completos e uma pequena parada pra retomar o fôlego. Deixei em pitt a primeira neve da
Minha vida. Enquanto noventa e nove por cento dos americanos que encontrei passavam por aquilo como por a olhar a mais comum das pilhas de batata, eu via o mundo branco pela primeira vez como uma criança pequena. Fiz minha primeira bola de neve e atirei ao vento as gargalhadas. Tirei dezenas de fotos do mesmo ponto de neve acumulada. Perdi minutos de arrumar a mala debruçada na janela. Como se eu estivesse esperado por isso a vida toda. Por essa oportunidade de ver o mundo, senti-lo e trazer comigo esse sentimento bom de plenitude, felicidade. Olhando a janela do avião, a frase que fica na minha cabeça agora e: ate onde vc, minha cara, consegue imaginar o infinito?
Volto logo, pitt.

news

O outono chegou. E o frio tambem... Ando por ai mais empacotada que presente de Natal, e eh um tanto desconfortavel... Como eh desconfortavel esse teclado sem acento agudo.
Sinto-me desconfortavel ainda porque comprei sorvete na ultima feira (no meu ultimo dia quentinho e de sol) e agora olho pra ele todos os dias com o sentimento de quem ja ta com a garganta lascada e tem medo de piorar a coisas. Saco.

Ontem, enfim e apos anos, o santinha ganhou e vi tudo, cada lance, cada quase gol (empate infeliz, mas tah valendo classificacao...). Senti falta de amigos para ver comigo, do meu pai pra ficar aperriado logo no meio do jogo e dizer que 'passa mais nao, nao merece esse time, agora to torcendo pro treze passar'. Falta de gente pra gritar comigo. falta de rubro negro pra me agorar. Cade mainha e klecianne, e bu e cia limitada?

Ahhh, vida real... Onde eh que a gente muda de canal?

Ontem me deu uma saudade dos meus fins de semana recifenses, da minha boemia no recife antigo, das minhas farrinhas com as gurias, de escarafucar cada canto recifense como eu andava a fazer nos meus ultimos meses lah.

Sim, um aviso... Acabem com a historia de que ver a noiva antes do casamento da azar. Eh pratica muito difundida aqui a noivinha armar-se de veu e grinalda, vestido espalhafatoso e tudo, e sair de maos dadas com um noivo pelas ruas ao meio dia, sendo seguida por um fotografo para os lugares mais bonitos da cidade. Album de fotos pre-nupcial, ou foto pro convite, sei lah. Soh que, se desse azar, alguem aqui ja tinha usado um aparelho ou pago alguem pra descobrir que essa era a causa.

Sim, cemiterios sem muros. Eles nao tem medo dos mortos, o que me faz pensar de onde tiraram todas as ideias praqueles filmes de terror. E me faz pensar tambem no Halloween, que enfim estah chegando, e eu ainda nao comprei fantasia alguma. Sugestoes?

Voltando a vida normal, vou levantar no meio da escuridao das sete da manha e ir pra labuta. See you later!


Dia de frio

Well...
Um dia trancada em Casablanca apos tantos planos pra hj...o frio ta chegando e vou ter que me adaptar a sair com Chuva e 10 celsius. Mas hoje eu nao quis. Hoje fiquei curtindo uma bagunca pra arrumar e um iPod novinho pra brincar. E esse foi meu dia tao divertido.

Good night?


Bem... Todos nós sabemos que ciência tem dias bons e ruins. Mais dias ruins que bons. No fim das contas, sabe-se que é preciso amar muito isso tudo pra se manter firme nesse mundo de frustrações. Sim, a palavra é essa. Você se esforça, pensa, formula, trabalha até tarde, fim de semana, e quando vê, nada é nada e os bons resultados parecem tão distantes quanto quatro corridas ida e volta direto a Plutão.
Eu amo esse jogo. Eu amo quebrar a cabeça pra desafiar as probabilidades e tentar ganhar. Amo desafiar as previsões. Minha vida está centrada na satisfação de vencer as probabilidades. Seriamente não me imagino longe desse mundo, longe da investigação, do questionamento cotidiano. Das dúvidas que me tiram da cama todos os dias. Da necessidade de entender, de explicar. Muito além do paper depois de tudo, Claro, não sou hipócrita. Quero papers como todo mundo quer. Mas quero entender a mágica de tudo, primeiro. Quero fazer algo útil. Utópico? Ufanista? Talvez. Loucura? Não acredito. Paixão.
Mas tem dias que a gente cansa. Cansa de esperar pelo dia que alguma coisa boa aparece pra explicar tudo e justificar todo o esforço. Alguns dias me culpo por sentir tão intensamente meu trabalho. Mas depois me justifico por tanta auto-exigência. Sou o que sou, a nerd que gastou anos da vida pra entender o Lehninger, o Stryer, o Janeway e o Abbas. Alguém que fala com as bactérias mandando elas dobrarem direito minhas proteínas. Alguém que conhece cada uma das proteínas pelo aspecto no gel de SDS-PAGE. Minhas proteínas são minhas filhas adolescentes rebeldes que nunca fazem o que eu peço, que estão ansiando pela maioridade como se não vissem a hora de se livrar de mim. Como boa mãe, fico sentida mas não deixo de cuidar delas.
Visivelmente, hoje não foi um dia bom. Uma das coisas ruins foi não ter ninguém pra me dizer o de sempre: deixe de sua frescura, as coisas vão dar certo pra você. Senti falta de alguém pra mandar eu parar de me preocupar hoje. Parar de surtar.
Resultados ruins também são resultados. Eu sei. Mas não foi o caso hoje. Hoje foi um inexplicável e sobrenatural resultado nenhum. A magia negra que algumas vezes cobre a cabeça dos cientistas.
Enfim, vamos torcer e esperar por dias melhores. Agora, eu queria alguém que tirasse a palavra proteína da minha cabeça. Boa noite? I don't think so.

Pontes, rios e rapaduras


Dessa vez escrevo sem pretensão de te contar coisas bonitas. Vou apenas despejar ideias soltas como me vem a cabeça. Afinal, eu nunca paro de falar e sem ninguém aqui pra me ouvir agora me meto a escrever. A vida no fim das contas tem que ser explicada de uma forma nordestina. Pra mim, a vida é bem igual a uma rapadura. Dura, trabalhosa de fazer, tem que esquentar, enformar, esperar esfriar pra partir e pra comer, tarefa nada fácil. Mas no final de tudo, vem o gosto apurado do açúcar, hiperconcentrado, saturado, como se estiveste a chupar a própria cana. No mínimo, recompensatório.
Bem, realmente não sei de onde tirei essa analogia hoje. Talvez do meu dia de ELISAs tão frustrantes, pela milésima vez. Acho que prefiro acreditar que tudo acaba como uma doce rapadura no final. A culpa da minha excêntrica metáfora possivelmente foi daquela ponte tão parecida com a ponte Duarte Coelho. Eu ia atravessando já com sono, cansada, e de repente me imaginei chegando no Recife Antigo e cruzando os velhos prédios até o marco-zero, pra sentar no porto e comer acarajé, ou macaxeira frita. Mas não tinha porto do outro lado da minha ponte hoje. Nem Antigo, nem os prédios e ruas estreitas. Buildings. Muitos, por todo lado, e ruas largas, bem asfaltadas, com faixas e semáforos por todo lado. Mas não havia meu Antigo. Nem o sotaque pernambuques, nem os ambulantes que sempre critiquei. Toda vez que me pego olhando os rios de Pittsburgh penso em Recife. As pontes de Pittsburgh fazem o mesmo. Saudade de ouvir o povo falando alto e abraçando forte. As vezes os apertos de mão cansam.
Aqui tudo é tão maravilhoso que, como já disse a alguns, dificilmente se eu pudesse imaginar colocar todas as coisas que gosto num só lugar, teria pensado em algo tão grandioso como Pitts. Mas, de alguma forma meu coração sempre vai ouvir Alceu Valença saudando os altos coqueiros de Boa Viagem.

Atualizações

Bem,senhoras e senhores. Quase um mês aqui. O tempo passa rápido, fato. Até me assusta um pouco. Mudei um pouco nesses dias? Ou nada? Não sei dizer ainda. Vou descobrir quando eu voltar. Se ainda caibo no mesmo lugar, ou se expandi, ou diminui. Tudo é possível, as possibilidades serão sempre inimagináveis, para o bem e para o mal.
Saudade? Claro que sim. De pessoas, de lugares, de situações. Mas tudo suportável. Eu sempre aprendi a suportar muita coisa. Inclusive a solidão muitas vezes contante e tediante. Muitas vezes o trabalho monótono e infrutífero. A falta de alguém com quem conversar sem falar de seus problemas. Não querer contar de novo a bixiga dos meus problemas. A falta de alguém que entenda você completamente. A falta das palavras corretas, do significado correto, do correto jeito de expressar o que se sente. A falta de casa. Não a casa material, com paredes, mas a casa emocional, onde você se sente seguro, onde você é você, e todos sabem disso e você não tem que explicar nada. O silêncio se faz necessário perante o que foi dito por anos. Nada mais importa.
Odeio a comida daqui, e é de fato a única coisa que não me adaptei nem pretendo. Sinto falta do meu almoço. Nada a ver com arroz e feijão. Tem mais a ver com menos hamburguer, bacon and cheese. Alguma coisa a ver com o quiosque, ou com  padaria da Várzea.
Amigos? Difícil dizer. Acho que alguns, não muitos. Talvez um pouco mais de tempo pra responder essa. Fica pra depois. Colegas sim, e gente disposta a ajudar também. Tem aos montes aqui. O contrário também se faz verdadeiro.
Oficialmente é outono e tirei minha primeira foto de uma árvore secando hoje. A paisagem mudando vai ser uma contante agora, parecendo minha vida, em período de renovação. Ainda está muito quente pra grandes passeios, e logo estará muito frio para eles também. Não posso dizer que aqui é um lugar de um clima muito agradável. Não, essa não é a palavra. A palavra talvez seja bonito. Acho que é isso. Sinto a falta do sol pra clarear esse céu cinzento de todo dia. mas estou gostando dos ventos frios, por enquanto.
Pra terminar, hoje joguei boliche. Foi divertido, e tal. Mas sinceramente, não trocaria por uma noite na casa de Bu jogando twister. Ou um fim de tarde na parada de ônibus com Amanda e cia aprendendo blackjack.
Enfim, certas coisas que o dinheiro não compra. Para todas as outras temos as pistas de boliche.
See you, sweets!


I need...


I'm not sure,
but I think that it's raining here,
it's raining around me
Inside me.

and now, the water is high,
drowning me.
I don't know how swim.
I think that I need some help.
But I'm alone here,

In a place where nobody see me
nobody knows me
feel or touch me.

Something is misunderstood
unavailable, confused.
unbelievable
I'm lost.
A different kind of lost
A loser, maybe.
A lost that knows where is.
But he did lost himself, anyway.

It's raining inside me.
In the real, I think that I need a hug.
I miss it, I miss you.
And this climate is making me feel this way,
soulful.

I need to drink something,
I don't know, but
In the real, I think that I need a hug.


I'm  kind of lost.
A lost that knows where is.
But is lost, anyway.

Capítulo 2 - adaptações

Confissões e devaneios de uma pequena borboleta:


"Estranho o destino dessa jovem mulher, 
privada dela mesma, 
porém, tão sensível ao charme
das coisas simples da vida..."
(Amélie Poulain)




- eu relutei em aceitar a ideia de beber a tap water americana; (água de torneira, sim senhor)
- eu agora estou a beber tap water como se fizesse isso desde sempre - simples como abrir uma torneira =P
- banheiras são com certeza o melhor lugar para um bom banho;
- os esquilos são criaturas muito fofas;
- o outono é a estação mais bonita que pode existir - e eu nem vi ele direito ainda, as folhinas estão só ameaçando cair por enquanto;
- podem existir lugares mais quentes que Recife no mundo #chocada
- podem existir lugares quentes que ficam extremamente frios a noite;
- um carpete fofinho no quarto faz toda a diferença nesses lugares;
- daí o total sentido de ter um aquecedor e um ar-condicionado lado a lado;
- quando você está com saudades, fotos e lembranças são ótimas;
- ficar muito tempo com essas coisas ótimas pode fazer você chorar;
- o skype resolve parte dos problemas descritos nos dois últimos tópicos;
- restam parte dos problemas não resolvidos, anyway;
- nesse caso, como disse minha nova amiga americana - make new friends;
- sim, os americanos podem ser muito prestativos e atenciosos com brasileiras perdidas e famintas;
- na verdade, estou sendo incrivelmente bem recebida por toda a América =D
- ou seja, ninguém fala mais mal do povo americano perto de mim;
-governo é outra coisa (acho que eles mesmos não gostam tanto assim do seu governo, ao que parece);
- a tv brasileira podia se espelhar na diversidade da tv americana;
- como eu chamo um aparelho que é ao mesmo tempo um VCR e um DVD player???
- ainda não me submeti ao bacon com ovos no breakfast;
- adorei geleia americana;
- pizza americana é pizza americana, just it.
- the lunch ins't the same as almoço, definitely;
- vou enlouquecer por feijão e arroz brevemente, acreditem.
- como eu supeitava, Chico Buarque cai bem em qualquer lugar do planeta;
- existem dez mil benefícios do verão em um lugar longe do Equador - tipo sol até nove da noite!!!
- tenho uma suspeita que o inverno quanto a isso não será tão divertido.
- as casa em Shydeside se parecem com pequenas e lindas casinhas de bonecas. Tudo muito lindo, eu mandarei fotos em breve.

Só por hora. Novas impressões as soon as possible. =D

capítulo 1

Nossa... Incrível a sensação de estar deitadinha no sofá, com as pernas pra cima, confortavelmente alocada com meu pc conectado a um plug compatível de energia.
A grande maioria de vocês, que acompanha minha saga (a saga de uma pequena matuta made in gravatá-PE) pelo mundo sabe que as últimas 48horas foram tensas.
Mas para os desavisados perdidos, atrasados, vamos às prometidas atualizações...
Depois que as minhas queridinhas (Bu, Luiza, Manda, Taci, Ray) e a duplinha dinâmica do meu coração (Belle e Rafa) foram se despedir de mim no aeroporto, junto com meus amados painho e mainha e a irmãmaisdocedomundo Ninha, parecia que as emoções tinham acabado, e eu ia confortavelmente curtir meus vôos até a minha casa dos próximos seis meses.
Doce ilusão...
Para não quebrar a tradição de me servir muito mal, a Gol linhas aéreas decadentes fez o favor de atrasar meu vôo... Um atrasinho básico de 40 minutos, estando já todo mundo sentadinho afiveladinho doido pra voar. Vai entender. Mas vamos lá, isso não foi suficiente pra que eu perdesse a fé. Minha conexão em Guarulhos era de 10:30pm, e pelas minhas contas eu ainda teria uma hora e mais alguma coisa de tempo pra ajeitar tudo ao desembargar.
Mas claro que não podia ser assim. Ao chegar em Santos, a simpatia do piloto avisa que o tráfego aéreo está complicado, e blablabla, e lá se vão mais alguns preciosos minutos dando voltas aéreas até que conseguissemos autorização pra aterrisar.




As curvas se acabam
E na estrada de Santos
Não vou mais passar.
Não! Não vou mais passar.




O fato é que cheguei em guarulhos de 10 horas, e meu vôo saia em meia hora. Claro que a American Airlines não me deixou fazer check in. (só falta meia hora, já está todo mundo no avião, me disse a simpática atendente).
Ok, quais eram minhas opções: Eu pegaria o próximo vôo para Miami, que sairia em apenas uma hora! Nossa, que sorte, eu pensei com meus botões.
Mais uma ilusão.
Nessa hora tive o estalo de perguntar (porque claro que a simpática atendente não checou) se com esse horário eu pegaria a próxima conexão para Pittsburgh. Claro que não dava. E agora? O próximo vôo Miami-Pitts sairia de 8 e meia da noite! E eu chegaria em Miami de 5 e 30 da manhã!!! Desesperooooo!!!!
Então optei por mudar todo o itinerário: eu pegaria um vôo pra Dallas (vcs tem noção de como isso é radicalmente diferente dos meus planos iniciais?), chegaria lá de 8 e meia (local, que dá 11 e meia Recife) e sairia de lá de 1 e 20 pm pra enfim chegar a Pitts de 5 e 30 pm (6 e 30 Recife). Uh huuu, da-lhe fuso horário!
Então vamo que vamo, se não perde outra conexão...
FIz o primeir vôo em alto estilo, a empresa realmente é fantástica em viagem internacional, acho que nunca comi tão bem num avião =)
O pessoal da alfândega foi ótimo também, e como sempre e em todo lugar encontrei uns brasileiros pra passar o tempo e bater um papinho. O aeroporto de Dallas é literalmente uma imensidão. Fiquei chocada e me senti o mais ingênuo dos mortais por pensar que Guarulhos era imenso. Pra vocês terem noção, são cinco asas no aeroporto, e pra interligadas tem um trem de superficie, montado nuns viadutos lindos, que eles chamam deSkylink. Beautiful.
 aqui dá pra ver as cinco asas, e tem o esqueleto de uma sexta já... Em cada uma dessas, dezenas de lojas, free shops, restaurantes, lugares pra carregar celular, computador, etc.


e o mais engraçado é que é tão diferente daqui o sistema de embarque, eu já vim do Brasil com meu boarding pass do último voo que pegaria em Dallas, então eu passei pela alfandega, eles levaram minhas malas de volta, e eu fiquei zanzando no aeroporto. Detalhe é que: não é como aqui, um portão norte e outro sul de embarque, geralmente, e dentro dele as portas pros gates... Lá cada gate funciona individualmente, e ficam espalhados nos meios das lojas e etc.






Uma coisa frustrante e que não pensei no Brasil foi que meu pc tem um plug não compatível com o plug universal americano. Então economizar pc até chegar em casa, pra caso houvesse uma urgência. Isso foi o que manteve vcs sem notícias. Isso e o fato que essa pessoa inteligente despachou o cabo da et na mala, confiado na wireless, e quando chegou lá tinha plugs pra net free mas o cabo tinha que ser trazidooo. #revolta.


Enfim, tumultos a parte, peguei o último vôo, encontrei mais brasileiros neste também, foi um vôo razoável, as operações domésticas da AA são mais modestas... Pra ser sincera até prefiro a aeronaves brasileiras, nas quais o ar-condicionado funciona pelo menos. =D
Por falar nisso: que calor é esse??? Ontem em Dallas (antes de eu chegar, graças a Deus, fez 39°C -  falta só Copacabana e o biquine) Peguei 32°enquanto estive lá, mas aqui em Pitts é também extremamente quente e úmido - como eu disse, estou em casa, né Recife?


Qualquer semelhança pode parecer coincidência mas Pitts, like Recife, tem ponte pra todo lado. O cara que me trouxe disse que é a cidade com mais pontes nos EUA, e lindas pontes por sinal. São três grandes rios que por vezes me parecem retratar cenários um tanto quanto familiares. #recifedenovo
A propósito - eu ontem andei de limousine =DDD
A cidade é incrível, principalmente a região onde eu estou, Shadyside. Tudo é muito lindo, parece cinematográfico (eu até vi um filme sendo rodado na rua ontem =))
Meu apt nem se fala, tava dizendo a mainha como é que vou me acostumar sem essa mordomia depois???


Mas enfim, depois é depois, mais tarde é mais tarde...
Diário de bordo de KMelo, pesquisadora por uns dias em Pitts.

Despedir-se

Travel invoice for SOARESDEMELO/KLECIAMARILIA 04Aug.

Pela primeira vez tomei um pouco de consciência do que está acontecendo e do que vai acontecer. De que, em uma semana contada, vou estar tão longe de qualquer lugar que conheça e ame e para onde estou acostumada a fugir nos dias de medo.
Não vai dar para fugir, na verdade.
Hoje é minha primeira "despedida". Talvez uma das mais emocionantes e cheias de sentimento. Vai ser difícil imaginar os próximos seis meses sem ligar pra nenhuma daquelas pessoinhas e gritar qualquer uma das minhas insanas e carinhosas saudações amorosas.
Não vai ser fácil me despedir de Recife também, logo eu que tive tão pouco tempo para me adaptar, e que fiz um mergulho de cabeça em toda minha pernambucanidade, que esquadrinhei grande parte da cidade que passou a ser e passou a ter parte de mim. Separar-se não é fácil. Desapegar-se menos ainda. Mas não vou me desapegar, porque não quero. Separar-me apenas, apenas ficar um pouco mais distante espacialmente.
Nos últimos dias, cada passeio em Recife era como um breve adeus, uma saudação de despedida. Cada canto e cada canção ganhou um terno olhar de até breve.
Como vai ser hoje a noite. Não vou conseguir dizer adeus. Vou dizer até logo.



Do Teu Lado - Composição: Leoni

 "Te escrevo essa canção
Pra te fazer companhia
Pra segurar tua mão
Não te deixar sozinha
Canção feita de pele
Pra usar por baixo da roupa
Canção pra te deixar um gosto doce na boca
Te escrevo essa canção
Porque nem sempre ando perto
E essa canção me ajuda a atravessar um deserto
Canção de fim de tarde
Pra se infiltrar nos seus poros
Pra acordar com você
Te olhar no fundo dos olhos
Canção pra andar do teu lado
Em toda e qualquer cidade
Pra te cobrir de sorrisos
Quando eu chorar de saudades

Te escrevo essa canção
Pra te fazer companhia
Pra segurar tua mão
Não te deixar sozinha
Canção feita de pele
Pra usar por baixo da roupa
Canção pra te deixar um gosto doce na boca

Canção pra andar do teu lado
Em toda e qualquer cidade
Pra te cobrir de sorrisos
Quando eu chorar de saudades"

Mais um

Por mais que pareça que começo a criar blogs pro compulsão, a ideia é bem outra.
Acredito que a experiência que está começando na minha vida merece relatos detalhados, não só para as pessoas que amo e que estou deixando aqui, mas para mim mesma, como controle de percurso e como recordações mais tarde ;-)


Então, para ninguém perder nenhum momento - ou grande parte de deles - vou tentar manter isso aqui atualizado, na medida em que os experimentos e a loucura de fim de mestrado deixarem.

Até breve, então.